segunda-feira, 18 de junho de 2012

Os desafios do coordenador pedagógico


Mais do que resolver problemas de emergência e explicar as dificuldades de relacionamento ou aprendizagem dos alunos, seu papel é ajudar na formação dos professores

Muito se tem falado sobre o papel do coordenador pedagógico. Afinal, por que ele é necessário? Quem dera coordenar fosse simples como diz o dicionário: dispor segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar.
O coordenador pedagógico, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário da escola sob as mais estranhas caricaturas. Às vezes, atuava como fiscal, alguém que checava o que ocorria em sala de aula e normatizava o que podia ou não ser feito. Pouco sabia de ensino e não conhecia os reais problemas da sala de aula e da instituição. Obviamente, não era bem aceito na sala dos professores como alguém confiável para compartilhar experiências.
Outra imagem recorrente desse velho coordenador é a de atendente. Sem um campo específico de atuação, responde às emergências, apaga focos de incêndios e apazigua os ânimos de professores, alunos e pais. Engolido pelo cotidiano, não consegue construir uma experiência no campo pedagógico. Em ocasiões esporádicas, ele explica as causas da agressividade de uma criança ou as dificuldades de aprendizagem de uma turma. Hoje o coordenador organiza eventos, orienta os pais sobre a aprendizagem dos filhos e informa a comunidade sobre os feitos da escola.
Mas isso é muito pouco. Na verdade, ele se faz cada vez mais necessário porque professores e alunos não se bastam. Além das histórias individuais que todos escrevemos, é preciso construir histórias institucionais. É duro constatar a fragilidade de tantas escolas que montam um currículo e uma prática efetiva durante anos e perdem tudo com a transferência ou a aposentadoria de professores. Construir história nos torna humanos, e é de estranhar que, justamente na escola, tantas vezes tudo recomece do zero. O coordenador eficiente centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas idéias tenham continuidade.
Além do que se passa dentro das quatro paredes da sala de aula, há muito mais a aprender no convívio do coletivo - no parque, no refeitório, na rua, na comunidade. A dinâmica nesses espaços deve ser ritmada pelo coordenador. É preciso lembrar ainda que só quem não está em classe, imerso naquela realidade, é capaz de estranhar. E isso é ótimo! É do estranhamento que surgem bons problemas, o que é muito mais importante do que quando as respostas aparecem prontas.
Só assim é possível que o coordenador efetivamente forme professores (e esse é o seu papel primordial). Ampliando a significação do dicionário, eu diria que no dia-a-dia de uma instituição educativa é preciso:
- dispor segundo certa ordem e método as ações que colaboram para o fortalecimento das relações entre a cultura e a escola;
- organizar o produto da reflexão dos professores, do planejamento, dos planos de ensino e da avaliação da prática;
- arranjar as rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos; e ligar e interligar pessoas, ampliando os ambientes de aprendizagem.
Esse é o sentido de ser um bom coordenador, não de uma instituição, mas de processos de aprendizagem e de desenvolvimento tão complexos como os que temos nas escolas. Que os que desejam se responsabilizar por essa importante função vejam aqui um convite para criar um estilo de coordenar.


Silvana Augusto é formadora do Instituto Avisa Lá e professora do Instituto Superior de Ensino Vera Cruz, em São Paulo

fonte: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar

 

 

 

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Níveis da escrita segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky

Por acreditarem que a criança busca a aprendizagem na medida em que constrói o raciocínio lógico e que o processo evolutivo de aprender a ler e escrever passa por níveis de conceitualização que revelam as hipóteses a que chegou a criança, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky definiram , em seu Psicogêne da Língua Escrita define o processo de escrita em seis níveis:

Nível um ou pré-silábica – no início a criança garatuja, desenha sem figuração e mais tarde desenhos com figuração, ocorre o registro de símbolos e pseudoletras misturados com letras e números.

Pré-silábico II – onde a criança já diferencia letras e números, desenhos ou símbolos e reconhece o papel das letras na escrita. Utilizando no mínimo duas ou três letras para poder escrever. Reproduz os traços da escrita (imprensa ou bastão ou cursiva).

Nível dois ou intermediário – a criança acredita que as letras não se repetem e começam a desacreditar de sua capacidade e recusa-se a escrever.

Nível três ou silábico – a criança readquiriu a confiança em si mesma e começa fazer seus registros baseados na reposição de que cada sílaba corresponde a uma letra, mas ainda assim não consegue ser entendida.

Nível quatro ou silábico-alfabético – convivem as formas de corresponder os sons as formas silábicas e alfabéticas e a criança escolhe as letras ou de forma ortográfica ou fonética.

Nível quinto ou alfabético – a criança constrói o sistema lingüístico e compreende sua organização, apresentado características tais, como a compreensão da longevidade de base alfabética da escrita, conhecendo o valor sonoro convencional da maior parte das letras e juntando-a formando sílabas, já distingue letras, sílabas, palavras e frases.


 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

domingo, 24 de outubro de 2010

Vamos refletir?



"Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas"Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros.O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
(Rubem Alves)